1976: A doce irresponsabilidade do Bailarino

 

(Clique na imagem para vê-la no formato poster, ou faça o download clicando no link abaixo)

 

Cruzeiro e River Plate duelam pelo título da Taça Libertadores de 1976. Na primeira partida, no Mineirão, em 21/07, o Cruzeiro passeou em um 4 a 1. Na semana seguinte, 28/07, o River se recuperou, com um 2 a 1, no Monumental de Nuñez, em Buenos Aires, provocando a terceira partida, programada para 48 horas depois, em campo neutro, no Chile.

Estádio Nacional de Santiago. No gramado que fora palco da conquista do bicampeonato mundial pela Seleção de Garrincha e Cia., 14 anos antes, o Cruzeiro larga na frente e abre 2 a 0, com Nelinho convertendo cobrança de pênalti, aos 25 do 1º tempo, e Eduardo ampliando, com uma bomba de fora da área, já na segunda etapa.

Os argentinos descontam por meio de um pênalti, duvidoso, cobrado por Oscar Más, aos 13 minutos.

O jogo fica pegado, violento. Aos 16, falta na entrada da área cruzeirense. Os mineiros ainda discutem com o árbitro quando Alonso bate rápido para a esquerda e Alberto Urquiza chuta cruzado. Raul nem se mexe. O time celeste parte para cima do árbitro. Repórteres, reservas e policiais invadem o gramado.

Tensão total e a partida caminhando para o final, com igualdade no marcador. Decorridos 42 minutos. É quando Palhinha recebe a bola de Vanderlei e sobre a meia-lua da grande área do River, é derrubado por Lonardi. Os argentinos formam barreira com oito homens. Palhinha está livre e Piazza quer cobrar rápido, mas é impedido por Nelinho, que pisa em seu pé. Urquiza tenta catimbar de todas as formas e vai mudando a bola de lugar, tumultuando a cobrança.

Todo mundo sabe que é Nelinho quem vai cobrar e já aguarda a bomba que pode definir o torneio. Enquanto Nelinho se vira para discutir com Piazza e o árbitro chileno Alberto Martínez saca do bolso o cartão amarelo para Urquiza, Joãozinho, perto da bola, nem toma distância e bate de curva a meia altura do canto direito de Landaburu. 

Gol do Cruzeiro! Joãozinho, o Bailarino, com toda a molecagem que Deus lhe deu, marca o gol libertador e corre enlouquecido pela pista de atletismo do Nacional de Santiago. Os argentinos, inconformados com a validação do lance pelo árbitro, iniciam uma briga em campo que termina com a expulsão de Ronaldo, do Cruzeiro, e Alonso, do River,

Não há mais tempo para nada. O Cruzeiro é campeão da Taça Libertadores da América. 

Cruzeiro 3 x 2 River Plate,

Estádio Nacional, Santiago, Chile – 30/07/1976 – Público: 35.182 – Gols: Nelinho, de pênalti, 24 do 1º tempo; Eduardo, 10, Oscar Más, 13, Urquiza, 16 e, Joãozinho, 43 do 2º

Cruzeiro: Raul Plassmann, Nelinho, Morais, Darci Menezes e Vanderlei; Wilson Piazza (Valdo), Zé Carlos e Eduardo, Ronaldo, Palhinha e Joãozinho. Técnico: Zezé Moreira

River Plate: Luis Landaburu, Pablo Comelles, Lonardi, Héctor Ártico e Urquiza; Sabella, Reinaldo Merlo e Norberto Alonso; Pedro Gonzalez, Leopoldo Luque e Oscar Más (Crespo). Técnico: Angel Labruna.

Juiz: Alberto Martínez (Chile)

 

Post Author: infogol

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *