Quarentinha, o artilheiro que não sorria

Entre a batida seca na bola e o estufar das redes, poucos segundos. Tempo suficiente, apenas, para o torcedor se preparar para festejar mais um gol de Quarentinha. Afinal, quando o pé esquerdo do maior artilheiro da história do Botafogo pegava de jeito na bola, o desfecho do lance era inevitável: trabalho, na certa, para o garoto do placar.

Waldir Lebrego, um paraense que acabou vindo parar no Rio de Janeiro, empurrado por sua potente canhota, integrou um dos mais talentosos elencos da história do futebol. Ao lado (e ao lado, aqui, quer dizer tão competente quanto) de mestres como Didi, Nilton Santos e Garrincha, colocou o Botafogo entre os maiores clubes do mundo.

Foram 313 gols em menos de 450 partidas com o manto alvinegro. Na Seleção, uma média de quase um gol por jogo.

Números tão impressionantes quanto relevantes. Entre os torcedores que o viram jogar, não há quem não se lembre de sua principal característica, a fria reação após os gols que marcava, por mais decisivos que fossem. Mas, a desculpa que o próprio atacante usava, de que não fazia mais do que sua obrigação, pois ganhava para isso, não passava de uma forma de mascarar seu jeito tímido de ser.

O texto acima abre a história daquele que foi o maior goleador do clube da Estrela Solitária, uma obra do jornalista Rafael Casé , e resultado de um ano e meio de pesquisas, dezenas de entrevistas e um levantamento minucioso de todos os jogos e tentos, que acabou revelando cinco gols até então não computados na literatura alvinegra.

Lançado em grande estilo no início de dezembro de 2008, “O artilheiro que não sorria – Quarentinha, o maior goleador da história Botafogo”  teve a coordenação editorial de  Cesar Oliveira e foi a primeira obra a contar com a participação do Infogol!  Leitura das boas para todos os amantes do futebol. Ainda mais emocionante para leitores com coração botafoguense.

Foram retratados sete gols de Quarentinha anotados com as camisas do Botafogo, Paysandu, Seleção Carioca e Seleção Brasileira. Na ausência de imagens ou mesmo fotos das jogadas, os infográficos foram idealizados e concluídos com base em registros encontrados nos jornais e revistas  da época, praticamente transformados em testemunho vivo a partir da narrativa apaixonada do Casé.

No livro, os desenhos foram publicados em escala de cinza, à exemplo de todas as demais fotos históricas ali contidas. Abaixo o original dos infográficos, aos quais foram acrescentados os primeiros textos enviados pelo autor.