O olhar crítico de Silvio Sano foi direto ao ponto. Zagueiro marcando zagueiro, sem olhar para a bola é erro primário. Dá no que deu. Bola na barriga da perna e, daí, para as próprias redes.
O que era para ser o início de uma vitória fácil dos campeões mundiais de 2010 acabou em frustante eliminação, em um dia em que tudo parecia de cabeça para baixo.
Apesar de ter sido gol contra de Sergey Ignashevich, quem correu para a comemoração foi Sérgio Ramos e, cheio de confiança, fazendo o gesto clássico (“eu estou aqui”) de seu companheiro de clube, Cristiano Ronaldo. Mal sabia ele que 120 minutos depois estaria voltando para Madri, à exemplo do gajo, que pegou o vôo da TAP no dia anterior…
Mas não parou por aí. A Rússia praticamente não deu um chute a gol com bola em jogo. Mas Piqué tratou de colocar a mão na bola dentro da área e permitir o empate dos anfitriões na cobrança de pênalti.
Jogo feio. Espanha sem fúria. Russos fechados. Prorrogação, disputa de pênaltis, pela primeira vez neste Mundial. Palco iluminado para o goleiro Igor Akinfeev, vilão da participação russa na Copa de 2014, se redimir. E nem foi com as mãos. Em um golpe acrobático de pé esquerdo, quando já saltara para a sua direita, jogou para longe a cobrança de Iago Aspas. Chutou para a península ibérica o sonho de um bicampeonato que nunca pareceu possível.
O desejo era legítimo, mas faltou acertar os detalhes com os donos da casa.
Dos oito campeões mundiais de todos os tempos, só quatro ainda continuam no campo de batalha. Itália nem veio. Alemanha, Espanha, Argentina… tchau.